domingo, 15 de maio de 2011

A crise económica - Portugal falido

Como deve ser do conhecimento de todos encontramo-nos actualmente a braços com uma gravíssima crise económica. E devem-se estar vocês, caros leitores, a perguntar "porquê? o que correu mal?" " de quem é a culpa?" pois bem, o que correu mal foi que o nosso país viveu acima das suas capacidades, adoptou politicas que se mostraram ineficazes para resolver os problemas com os quais se defrontaram.





Refiro-me à politica livre-cambista e das obras publicas, que se revelaram um enorme fiasco e levaram o país a esta situação financeira.







Passarei a explicar o meu ponto de vista. Primeiro, o livre-cambismo, a ideia seria que se baixássemos as taxas alfandegárias e deixássemos os produtos estrangeiros entrar iríamos aumentar as receitas das nossas alfandegas, pois haveria um maior fluxo comercial. Os produtos estrangeiros deveriam servir de modelo para o desenvolvimento da nossa industria e assim reduziríamos o nosso atraso face aos países industrializados europeus. E por fim, pressupunha-se que os nossos produtos iriam entrar no mercado estrangeiro a preços baixo e competitivos, aumentando assim as nossas exportações.





Realmente as receitas das nossas alfandegas triplicaram ( no espaço de tempo de 1851 para 1879) ainda que tenha triplicado o valor não foi para alem dos 13 500 reis e a capitação do nosso comercio era quase a mesma que em 1818 ( após as invasões francesas)...




Pelo simples facto de que os nosso produtos não são competitivos no exterior, pois a nossa industria está imensamente atrasada comparada com os restantes países, daí os nossos produtos industriais não terem a mesma venda que os estrangeiros têm no nosso país. Basicamente o que exportamos são produtos agrícolas, pode-se dizer que o nosso país é uma "granja" e não uma "oficina", aí está o facto pelo qual nos demos mal com esta politica económica.




Pois os nosso mercado foi "inundado" com produtos estrangeiros a baixíssimos preços com os quais os nacionais não conseguiam competir.


A procura de produtos nacionais baixou, o que levou à acumulação de stocks, o que por sua vez leva ao desemprego o que vai levar a uma diminuição da procura e assim sucessivamente.





Podemos também afirmar que sim, a nossa industria evoluiu, no entanto , por muito verdade que isso seja, e como já foi dito, esta ainda não conseguia/ consegue competir com as industrias dos outros países.





Assim como a nossa industria evoluiu, evoluiu também a nossa agricultura, de onde advém a maior parte das nossas exportações. Embora tenhamos conseguido aumentar a exportação dos produtos agrícolas este lucro que advinha daqui não conseguia cobrir as nossas importações, ou seja, importávamos mais do que exportávamos, logo tínhamos uma balança comercial com saldo negativo.








Junta-se a isto a politica de obras publicas que se levou a cabo durante este período. Todas estas pontes, estradas e linhas férreas não são nossas, mas sim estrangeiras, pois foram feitas com capitais estrangeiros. Avultados empréstimos foram feitos junto dos bancos estrangeiros para a execução destas obras, o que levou a dividas que o nosso país não conseguia saldar. Para pagar essas dividas pediam-se mais empréstimos e assim sucessivamente . As dividas aumentaram até a um ponto de ruptura, a recente falência do banco Baring & Brothers, principal fornecedor de Portugal, levou a como todos nós sabemos, a declaração de bancarrota por parte do Estado.





Pois com estas elevadas dividas e sem forma de conseguir responder, visto que a única fonte de lucros que tínhamos eram os lucros agrícolas, as remessas dos emigrantes e o aumento de impostos, que não conseguiam fazer frente ao elevado amontoado de dividas ( balança económica com saldo negativo e elevadas dividas junto de bancos estrangeiros).





A bancarrota era inevitável...





Resta-nos agora tentar corrigir estes erros, mudar para uma politica proteccionista e valorizar os nossos produtos coloniais, só assim, meus caros leitores, e nosso país se poderá voltar a levantar.





Por: Tiago Conceição
Fontes: O Tempo da História ( 3ª parte) História A 11º ano; Pinto Couto, Célia ; Monterroso Rosas, Maria.
Conhecimentos adquiridos na aula

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